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Mercado Central de Belo Horizonte (1929), MG, Brasil
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Um dos livros através dos quais iniciei o aprendizado do idioma russo (33 letras) foi o da professora Nina Potapova, isso há décadas, numa representação cultural da Rússia, em BH, que ficava no edifício Rembrandt, na Rua São Paulo, região central. Lembro-me de ter ganho um relógio, num concurso feito pela modesta mas diligente instituição, e de tê-lo dado de presente à minha irmã Telma. O tempo fez o que sabe fazer, condenado a si mesmo, o espaço contraiu-se, para uns tantos, expandiu-se para o quase nenhum, mas eu continuo, o idioma russo continua (cinco ou seis idiomas sobreviverão), tu continuas, e enquanto não se descasca de todo a trama mundial, vamos ao mercado, ao lugar onde, segundo o poema do Bertolt Brecht:
Para ganhar o pão, cada manhã
vou ao mercado onde se compram mentiras.
Cheio de esperança
ponho-me na fila dos vendedores.
(BERTOLT BRECHT. Antologia Poética. Poema “Hollywood”)
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foto e crônica: Darlan M Cunha