Fé amolada, faca cega

Suicidade ou monstrópole – onde o sono e o sossego foram abolidos de vez pelo arrastar das noites diante da tela. Rola, madrugada, os insones agradecem.

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A crente e o cego

Uma crente quis me levar ao limbo, para depois, quem sabe, sob sua orientação, como aconteceu com o poeta romano Virgílio, que foi guiado pelo seu admirador literário, para conhecer os Nove Círculos do Inferno, o poeta Dante Alighieri, autor de A Divina Comédia, levar-me para o bom caminho, também chamado de céu, uma intenção à qual, delicadamente, recusei, procurando não afetar sua estima, sua gentileza, seu entusiasmo com as elos celestiais. Não sou de ofender, só quando merecem, e aí é aquela velha história sobre nós, Mineiros, de que damos um boi para não entrar numa toca, num ziriguidum, numa ziquizira, num teatro feito só de maldades, enfim, numa briga, e damos uma boiada para não sair do estrupício. A garota em questão é um doce de pessoa, difere de mim 101%, pelo que posso mudar de opinião, e dizer que, sim, parece que o céu existe, e é bom.

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Darlan M Cunha