Dominical

Acredite, creia, esfregue os olhos mais uma outra vez, e outra vez, um beliscão para sentir que você AINDA não está delirando de todo. Fiz, numa entrada da Praça da Estação Ferroviária de Bêagá, só menor do que a Praça do Papa. Que vidão, isto, sim, é que é picardia, gozação clara, mas sutil, à Mãe Pressa, ao pífio conteúdo social geral. Tirei do estojo o violão, e o emprestei a ele (não o empresto a ninguém, a não ser ao Clube da Esquina, hehe…), ele tocou Nelson Cavaquinho, cantamos: “Sei que amanhã, quando eu morrer / Os meus amigos vão dizer / Que eu tinha um bom coração.” O Diabo logo sentou-se conosco, e ficamos em frente ao prédio da antiga Escola de Engenharia da UFMG, bebericando, comendo petiscos satânicos, descendo o sarrafo nos desgovernos do Mundo (Hay Gobierno? Soy contra!) e nas religiões do Mundo, de modo que segunda-feira chegou, e nós três numa boa. Logo logo um círculo de mulheres – dos 9 aos 90 anos – fechou-se sobre os ímpios, que cantoria boa. Sim, as garotas sabem das coisas.

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@1.UAÍMA

Antes que o ano novo comece, colocar em ordem a Memória, propondo um nível coeso de importância ao Futuro, incluindo nele a altivez e a descrença, em medidas iguais. Ser menos tolerante será uma via.

@2. UAÍMA

Mostrarei o caminho melhor. Ajeite os ombros, a blusa. Nada de vulgaridade. Darei aulas a ti. Sem os ecos da atenção nada se faz bem, se não se está ciente de que o futuro está a um palmo do nariz. Vamos, a luta não espera. Ficarás bem. Terás o teu próprio gosto, gaste o menos possível, para que na velhice possas contigo estar de bem, para que ela não te aperte antes mesmo de chegar. Conheço o Breu, sei que há outras vias.

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Darlan M Cunha: foto e texto

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