vento(s)

Arthur Bispo do Rosário [1909-1989, Sergipe/Rio de Janeiro] tapeceiro, bordador, pintor. Interno por quase 50 anos. Recebeu ORDEM DO MÉRITO CULTURAL.

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Não tivemos infância, embora às vezes tentemos ir em direção à sua totalidade, mas é inútil, inútil paisagem, ou quase, pois sempre se pode subverter um lado de uma questão. Pode-se aprender isso já na primeira infância, ainda no tempo de se beber colostro. Não fui pintor e nem estive a mando das ferragens, mas tenho comigo as lembranças do que eu era – canta o Bituca. Eis a puberdade e a adolescência, fujonas, tropeços e tropassos adultos já não os sinto, finjo, aquele retrato na parede está incomodando – hora é, sempre haverá momento propício para se fazer ou se desfazer algo, e assim se vai, mesmo com pontos finais pelo caminho, pedras, espinhos, esguichos quentes e frios, não e sim e não. De hoje em diante eu vou modificar o meu modo de vida – Roberto Carlos canta – e me lembro de que ajo é assim, a partir do meu aniversário, e não adversário – o que esse dia é para tanta gente -, é que o MEU ANO NOVO começa, e não no dia 1 de janeiro. Pense. Ria.

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Bolo de fubá com coco ralado, risos, música, mal raia a manhã. Casa de maluco, Trem Doido é isso, Gente Boa.

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Darlan

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