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@1.UAÍMA
Um homem é um homem é um homem, segundo o dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht, mas cá para nós, para ser mulher ou homem, réptil ou ave, há que passar pelos 1440 minutos de um dia, de cada dia, todos e todas num barco cujo entorno é de perigos, cujos dilemas originam-se nos próprios remadores, nos moradores da aldeia, grandes ou pequenos sejam os remos, sejam altas ou sem valor as opiniões deste ou daquele. Viver é muito perigoso, escreveu um tal João Rosa.
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@2.UAÍMA
Para FERNANDA: http://www.leituradomundo.com
Para TODAS e TODOS
Este livro de poemas foi escrito há cerca de cinco ou seis anos, em poucas semanas, 90 poemas tendo por tema a casa enquanto lar, seu mundo ou sua intimidade entre paredes, seu entorno imediato, ou seja, a vizinhança, ruas, becos, vielas, o que se dá e o que não há na praça, enfim, a psicologia de fatos cotidianos, regras e quebras de regras, o desanimar-se de tudo ou de quase tudo, o limite e o pós limite, a argúcia das misérias cotidiáridas, a astúcia da mímese (um título de José Guilherme Merquior, membro da ABL, já falecido, muito jovem), enfim, um livro severo, sem alusões focadas no comezinho, ou só nele, o tema veio assim, cedendo seus meandros, suas ondas e nuvens e ideias. Caí como um patinho. Livro é mulher, e assim há que se respeitar seus mil e um truques, recados emersos ou ainda submersos.
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Mãe e pai de mãos dadas
na sala, vórtice do mundo
pai e mãe, nus e crus
juntos de todo, ambos assim
assunto de ontem e de hoje
resumidos a espanto geral
por ainda haver no mundo
pai e mãe de mãos largas
no seio da vida, longe do Nada.
DARLAN M CUNHA. ACERVO, p. 34
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@3.UAÍMA
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A distinta senhora Helena Jobim, escritora (por exemplo: Tom Jobim, um homem iluminado. Editora Nova Fronteira, 1996), irmã única de Tom Jobim, morava na região do bairro Estoril, em Belo Horizonte, perto de onde eu morava, no bairro Buritis. Pratico corrida há décadas, dia raiando, e eis que um dia, já de volta, sol bem alto, encontrei-a em sua porta, Uai ! – e ponha educação nisso, e humor bom, timbre suave, discreta, é assim que me lembro dela, e também quando ouço ou toco Vou te contar / meus olhos já não podem crer… A vida é espanto, surpresa, dualidades em cada saída.
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Darlan M Cunha: fotos e textos