seja

O jovial e “social” URTIGÃO, velho amigo, e o ImperaDor LANDAR I.

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SANCHO, sempre resmungão, e QUIXOTE – CAVALEIRO DE TRISTE FIGURA, o Animadão delirante.

Postagem para o RIO GRANDE do SUL e GAZA. Em verdade, para TODOS NÓS, longe e perto. // Post for RIO GRANDE do SUL and GAZA. In fact, for ALL OF US, far and near.

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E porque hoje é domingo, vamos à seda e ao algodão, aos chinelos e ao riso, para os quais não se teve tempo durante seis dias, a gente se esquece de rir; deixemos de lado os ossos e os destrossos do ofício, a enchente de desesperos vai passar, o amargo ficará, e porque hoje é domingo, é de se dar uma trégua à lágrima [a breve arquitetura do choro, segundo o poeta Eugénio de Andrade], à dureza semanal, sem antecipar a segunda-feira. O que vai ser o almoço ? As crianças primeiro. Som na caixa. E a cerveja ? O mundo morreu ? Ressuscitem o monstro, mas com definitivas e profundas mudanças, ou Nada. Vamos que vamos, tem gente chegando. Som na caixa.

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And because today is Sunday, we’re going to silk and cotton, slippers and laughter, for which we haven’t had time for six days, we forget to laugh; we’re going to put aside the bones and the dexterities of the trade [but we need them, remember], that the flood of despair will pass, the bitterness will remain, and because today is Sunday, it’s time to give truce to tears [the brief architecture of crying, according to the poet Eugénio de Andrade], and to the hard week. Without anticipating Monday. What’s for lunch? Children first. Sound in the box. Is the world dead? Resurrect the monster, but with definite profound changes, or Nothing. Let’s go, there are people coming. Sound in the box.

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Arroz com açafrão e pimentas ‘biquinho’, surubim ensopado. No barraco.

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coalhada batida com mel

moleques e marmanjos dominicais

UAÍMA

BELCHIOR. Comentário a respeito de JOHN: https://music.youtube.com/watch?v=zZH3nCP0t2A&list=RDAMPLPLCLISNdce5ma-L7Sp7x69qqfqtqz_0ZjG

brisa

Parque público no bairro Havaí / Estrela Dalva. Rua Manila, 300 – BELO HORIZONTE.

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Pólen e Outras Delicadezas

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Um tipo de amor está na mesa: bolo e doces

uma flor, mas a rua está em silêncio

como que sob tocaia, imprevistos

alguém espera em casa; outros maldizem

o que o dia não lhes concedeu, ora

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não dão o braço a torcer, e não admitem

que a sua má recíproca existiu, e assim

não se queixem por não encurtarem distâncias

entre si; outros talvez pensem mais longe

do que no gás e no pó de asfalto

na roupa e nos poros, sim, a pressa moderna

fala mais alto no umbigo de cada um

e assim há quem desdenhe um doce convite.

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Nesta cidade, uma garota viveu, aos 26,

a história de se ver sem a presença

de nenhuma das pessoas convidadas.

Não, ninguém a esta grandeza se deu

numa cidade até então com um belo horizonte,

pelo que urge caiar de branco as impurezas

do céu da terra do ar

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mas não a pureza daquela água

que um poeta português chamou de

“a breve arquitetura do choro” – ou seja, a lágrima.

Em frente, garota Clara, que o teu doce recado

não precisa de nota.

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Este fato no bom programa BALANÇO GERAL, TV RECORD MINAS: https://www.youtube.com/watch?v=Zotmkfegukw

Obs.: Do poema Lágrima, de Eugénio de Andrade, poeta português (1923/2005), Prêmio Camões 2001.

NADA SERÁ COMO ANTES (Milton Nascimento / Ronaldo Bastos). CANTAM: Lô & Milton: https://www.youtube.com/watch?v=8sW461txkqs

Darlan M Cunha: foto e poema