@1. ZORRA LAMBANÇA FUZUÊ FURDUNÇO ZANZANDO NA ALDEIA
O grande salão de festas de uma aldeia é ela mesma, total, seus tipos e tipas as mais diversas, lágrimas de dor e de alegria, fones, uma calçada esburacada e os dentes também, cego vendendo loteria, sutiã já era, ó aldeia mirabolante, quero sopa, me dá um dinheiro aí, mas, numa aldeia que se preza, o salão de festas não está na igreja e nem na prefeitura, e nem mesmo apenas em cada casa, o povão sabe que deve ir à rua, é outra a festa da qual aqui se fala, dia e noite, negócios fechados, o amor redivivo, é, milagres acontecem.
Um vovô exercita-se no bairro TIROL, BELO HORIZONTE
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@1. AS PRAÇAS
Um homem é um homem, muito se diz que está sempre procurando onde não há o que encontrar, sarna para se coçar, mas esta é justamente a sina que o move mundo afora, diz: preciso ir, diz e sente e vai. Quer o exato, de dentro das inexatidões, surpresas, pendengas e belezas da existência. Sou inexato, diz, preciso melhorar, tornar-me de fato uma pessoa de boa cepa, caso seja necessário, ir às favas ao juntar mais pisadas, mas dar um fim a esta sombra não darei, minha sombra sou eu, à frente, outras vezes, ela desaparece quase por completo. Sentado numa praça, reativando desejos, recupero lembranças das quais me arrependo, ou não, estamos no mesmo arco, mesma bola, e o trem já partiu, corra, segure-se, tome as rédeas, não invente mais sinais, ou não conseguiremos ser nada, de fato, e sim só fetos de Homem e Mulher. Incompletos.
@2. OS DIAS
Hoje é domingo, para muitos, outro dia sem nada para comemorar, a não ser por alguma ajuda inesperada, porque sempre é possível que um par de mãos se nos apresente num domingo, e lhe abramos portas e janelas. Eis aqui o quintal é a rua onde tudo acontece, não repare, o aquário estava vazando, e o instrumento estava banguelo, mas comprei-lhe encordoamento, é pra já, vem pra cozinha – alma da casa -, onde a carne estala e a política se cala, mas só a música fala de bom falar neste dia sem data, já chega de macas nas datas. Hoje é domingo, dia sem luvas, do coração em leque.
Para ganhar o pão, cada manhã vou ao mercado onde se compram mentiras. Cheio de esperança ponho-me na fila dos vendedores.
– Bertold Brecht, no poema Hollywood. *
Praça é carisma, cada qual com a sua graça, sua desgraça, seu hino – diversa. –DMC
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Eis, no meio do caos, um ovo, sobre ele ene sombras, o sol por testemunha, de quem será este ovo: tartaruga, vaca ou formiga {nos tempos modernos, já é praxe todos os reinos porem ovos, até mesmo as pedras estão pondo ovos, eis o reino mineral em descenso biológico, ou não ?), ovos de codorna, de anu, de tiê, de religiosos e políticos, ora, de qual cavidade saiu este mistério: de uma siriema, de um pustema, de um andróide, capivara, tatu, barata, será ele filho da mui querida Madame Min, ou da refrega sempre atualizada entre judeus e muçulmanos, brilhante, ovalado como convém a certos ovos, de onde veio essa beleza intrigante que parou toda aldeia aqui e agora reunida na praça, como se estivesse em votação a cabeça da própria aldeia, a existência da praça ? – DMC
Parque / Praça de Recreação Bairro Estrela Dalva- BELO HORIZONTE
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Dizem que toda Bia é Beatriz, mas e as Biancas como esta que aqui ao meu lado não está em momento algum ? Que praça é esta onde já escolho um sonho enquanto dobro os joelhos e tomo assento enquanto faço um aceno tímido ? O que dizer destas esquecidas pessoas, talvez algo assim como nós, o que dizermos das roupagens psicológicas ao vento, sem outro rumo que não o da evolução, o olhar de Branca de Tal, autêntico, senão o olhar oblíquo e dissimulado como o de Capitu, também ele autêntico, demente, temido e desejado por todos e todas ? Praça é mundo.
Meu amigo ZÉ DO TAL ou CHICO DÊ CÁ O MEU– leitor inveterado, nas imediações da Praça da Estação Ferroviária, Praça Rui Barbosa – BELO HORIZONTE.
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Pensando bem, detesto o demais e o abaixo do compreensível, seja mínimo ou minimal, minimalismo, minie, mas nunca o minério de Minas o qual sustenta vocês todos e todas, enfim, nós todos, sou mineiro, não se esqueçam desta sutileza, minhas Amadas e Meus Caros. Pois bem, voltemos às praças que tanto venero e choro, detesto praças, abomino mulheres tanto e quanto sou maluco pelas ditas cujas, saio rastejando, de boné na mão, mas não frequento nenhuma religião, seita e afins, sou avesso a tiques-tiques e ningres-ningres, um dia matei um homem, era eu mesmo, uma sombra incômoda, chega de peso, uai !, ó xente, barbaridade, chê !, mas coisa boa para se matar uma parceria é o chulé, do ronco então nem se fale, exato, é cada qual pro seu lado, com novos ares, novo penteado e roupa nova, e tome goles, o amor é lindo, lindo ? Você está precisando de uma atenção, mas nada de psicanálise, venha para a rua – pois é aqui que as coisas mais acontecem. Saberás de tudo e de nada. Ah, em tempo: divorciei-me das praças, das dores de cabeça preferidas do meu harém. Fui, mas voltarei, Amadas e Caros. Quero meu jornal é assim, no sossego de uma capivara bem gorda numa beira de rio. Sem onça, sem jacaré e sem jacaroa. Sou a favor, sou do contra. Por lo tanto no hay que dudar: VOTEM EM MIM para PRESIDENTE DA VIA PÚBLICA– LANDAR, O CÃODIDATO CERTO.
uaíma ∞ 