![tapioca](https://uaima.wordpress.com/wp-content/uploads/2016/07/tapioca.jpg)
Sabe-se que o que o povo diz, ou repete à exaustão, nem sempre se deve levar a sério, mas lembrei-me de algo que não vejo como discordar: recordar é viver. Não, não sonhei com ninguém. No entanto, é bem conhecida de todos a sensação repentina de se querer comer ou beber algo que não se prova já faz muito tempo, e então a pessoa fica fissurada, não descansará enquanto não satisfizer tal desejo. Nestes últimos dias veio-me a vontade de beber suco de jenipapo e de comer tapioca. Fui ao Mercado Central de BH, e lá consegui as duas delícias, ambas parecendo rir da minha cara de esfomeado, de tarado e de sei lá mais o quê. A palavra arado também significa estar faminto. Pois é, eu estava arado.
Tapioca é um alimento de origem indígena, totalmente brasileiro, comum no norte e no nordeste brasileiro, feito da fécula da mandioca, e não há hora para ser preparado. Beiju é sinônimo de tapioca. Espalha-se a farinha de mandioca na frigideira durante uns minutos, temperada com pouco sal, virando-a de vez em quando. Ainda na frigideira, coloca-se coco ralado, ou queijo de coalho – são os dois ingredientes mais usados, um ou outro, de forma a preparar tapiocas com sabores diferentes. Para fechá-la, de modo a que se pareça com um pastel, é bom untar-lhe as bordas, sempre em fogo brando. Mas, pode-se colocar vários recheios, entre eles, carne moída. Há tapiocas doces e salgadas.
Tenho alguns livros sobre o folclore brasileiro, costumes alimentares, enfim, os muitos assuntos relacionados ao cotidiano das várias populações e áreas do país. Às vezes, volto a eles, para beber e comer algo diferente de coca-cola e hambúrguer.
A Carta de Pero Vaz de Caminha. Viva o povo brasileiro (João Ubaldo Ribeiro). Dicionário das plantas úteis do Brasil (Gastão L. Cruz). Viagem pelo Brasil (von Martius, von Spix). Folclore Nacional (Alceu Maynard Araújo), Duas Viagens (Hans Staden), A História da Alimentação no Brasil (Luís da Câmara Cascudo), Dicionário Folclórico da Cachaça (Mário Souto Maior), etc.
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Foto e texto: Darlan M Cunha