TREM DE DOIDO, uai, bah tchê, ó xente !

Mineiro cava fundo o mundo, escava os dias álacres e os sombrios, além de que todo mineiro é conspirador.

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Isso está claro ?

Não há com o que construir o necessário / se o hoje será de mãos vazias / e pés nus, de impropérios / pela impotência de todos e todas / arguidos uma vez mais numa aula / de anatomia social – o atacado e o varejo onde os grãos, o verde, o coelho / e o risco à espreita entre as seletas. / Eis o filho do trigo, o riso já datado com o selo do Amanhã. Vamos pelos degraus, devagar e sempre; elevador emperra. “Quem anda, alcança; quem corre, cansa.” Isso está claro ?

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Is it clear?

There’s nothing to build what’s necessary with / if today is going to be empty-handed / and bare-footed, with insults / for the impotence of all / accused once again in a class / of social anatomy – wholesale and retail where the grains, the green, the rabbit / and the risk lurk among the selections. / This is the son of wheat, the laughter already dated with the seal of Tomorrow. We take the steps, slowly and steadily; the elevator stalls. “Those who run tire; those who walk catch up.” Is that clear?

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UAÍMA

Rumores (“já não há mais moinhos como os de antigamente”- Aldir e João)

Sem alvos [o céu que não nos protege. Entanto lutamos, e o céu ainda tem lugar]

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frutas legumes tulipas papoulas arroz: yin yang

Nada deterá o fato

de que um tremor

com odores vegetais

e não de guerra conjugal

abra a porta

e sente-se à mesa

o branco impecável

de núpcias ou bodas

o ambiente de festa diz que

nada roerá o valor

de se caminhar alados.

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fruits vegetables tulips poppies rice: yin yang


Nothing will stop the fact
that a tremor
with a vegetable smell
and not of marital warfare
open the door and
sit down at the table
the impeccable white
of nuptials or weddings
the party atmosphere says that
nothing will gnaw
of walking on wings.

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O Rio Grande do Sul – por extensão, Brasil – levará década para normalizar cidades e campo, ou seja, o pampa em geral, boi e vaca, carneiros e ovelhas, o mate, os vinhedos, sangas, lagoas, rios, estradas, arrozais, asilos e creches, o espanto no rosto dos “piá” (criança no RS, SC, PR), escolas, pontes, rodoviárias, trilhos e trilhas, prisões, aeroportos e portos, praças para shows dominicais gratuitos, etc. Apoio nacional e internacional estão pesados, incessantes. A fortíssima Minas Gerais sofre até hoje com o que aconteceu em Brumadinho. Um abraço, com sol.

UAÍMA

ELIS REGINA (via JOÃO BOSCO & ALDIR BLANC): O Cavaleiro e os Moinhos: https://music.youtube.com/watch?v=q3fgBpHf7z8&list=PLxBmhzTYk95o_s08wm0vjXLEahcRDzp-8

Horas ? para quê sabê-las ? Vivê-las, sim.

visita breve
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@1

Não foi só o personagem do Robert Musil um homem sem qualidades, há muitos destes afortunados por aí, para os quais o lodo é fartura, a grama é a cara do sono, sem sonho, viver vinténs, nenhum amém cobrindo-os dos pés à cabeça, e assim correm de tréguas, porque isso desgasta muito, você tem de prometer, ao mesmo tempo em que espera a facada nas costas, e assinar algo com quem está pronto para eliminá-lo da jogada, todos devem jogar a toalha, isso é irrelevante, porque de repente tudo muda, num rompante, algum descontente reabre as cicatrizes, chuta as cinzas, e todos voltam a ser meros atores e atrizes, todos querendo-se exemplares no ofício de mostrar a cara. Só resta cantar: Soy feliz, soy un hombre feliz, sendo um homem sem qualidades, a exemplo do personagem do austríaco Robert Musil.

@2

Não é segredo que numa cidade grande ninguém dorme, todos estão nalgum estágio de alguma doença, mesmo que ainda não saiba do diabetes, da P.A. sempre alta, distúrbios que não avisam, sem contar outras armadilhas, e assim ninguém escapa dos decibéis, da mãe-pressa, da incrível quantidade de lixo diário, todos fingindo felicidade. Um copo com água, por favor.

Fotos e texto: Darlan M Cunha

Merceditas. RENATO BORGHETTI & ARTHUR BONILLA (R. SISTO RIOS – autor): https://www.youtube.com/watch?v=GKmZcGuIW2g&list=RDcNFSR77vDOg&index=2