5 em 1

Roda d’água… Bairro BURITIS, BELO HORIZONTE, MG

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@1.DMC

Roda, roda, roda, carreta // roda lá pro fim do mundo // roda, roda, roda, carreta // roda, que nós vamos juntos (Paulo Ruschel, Luciene Sibour, César Ruschel).

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@2.DMC

E lá vou nessa estrada… (PAULINHO PEDRA AZUL)

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Vais de mudança, querendo e não querendo levar coisas, fatos, memórias, objetos, paisagens, queres levar algo específico, mas às vezes não é possível; e porque irás de mudança, mal podes dormir, entre lembranças antigas e novas, e até mesmo – pasme-se – lembranças do futuro, como queres que sejam os teus amanhãs.

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@3.DMC

Ontem, domingo 21, no muito famoso Bar do Mané Doido, no Mercado Central de BÊAGÁ, alguém disse algo acerca do arroz nosso de nem sempre, completando sua fala dizendo A Esperança seja a penúltima a morrer, e que a Ira Maiúscula Popular resolva Esta e Outras Questões. Assim mesmo foi dito por um desconhecido.

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Área de Compras ELDORADO – Bairro ELDORADO, CONTAGEM, MG

@4.DMC

O que foi fábrica de cimento, hoje serve de embelezamento ao pátio de Parque de Compras. O que foi centro de concentração e extermínio, hoje é lembrete aberto a turistas, visitantes, pesquisadores/as; o que fora curtume a céu aberto, hoje já nem mesmo os gloriosos e incansáveis urubus têm mais trabalho, alimento. Enfim, ainda bem que os tempos mudam, Onde era banco tal, ou fábrica disso e daquilo, o gato comeu, a necessária robótica substituiu, num átimo, mil operários e operárias por dez fiéis atendentes HI-TECH.

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@5.DMC

Vá bem devagar, ou irás chorar e espernear… hehe. (MERCADO CENTRAL de BELO HORIZONTE-MG).

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Agora de manhã ocorreu-me uma lembrança muito grata a grandes e pequenos, velhos, jovens e crianças :O Circo. onde está o circo, preciso ir a um circo legítimo, daqueles pequenos que todo ano paravam na sua aldeia, para um mês de festa – porque dá muito trabalho armar e desarmar um circo. Vou procurar de todo jeito um jeito de um circo encontrar. Chega de rir dos políticos, na tela. Quero dinheiro na cueca, quero ser eleito por pastores que frequentam ministérios – até parecem gente. Votem em nós, longe dos nós de barganhas medonhas. Ouvi essa belezas, ontem, domingo 21, no glorioso e tão famoso Mercado Central de Belo Horizonte, em Minas Gerais, 10,2% da população brasileira de 223 milhões. Aqui existe o que de fato se fala da poderosa Minas: devagar e sempre. Aqui se lê. Venham, portas e janelas abertas!

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Darlan M Cunha: fotos e texto

os riscos aos quais o riso está sujeito

As moças vão se casar, e não é com você. (Carlos Drummond de Andrade)

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@1.DMC

Manifesto aqui a incredulidade dos convivas pelo fato (constrangedor ? aviltante ? hilário ?) de que a noiva não compareceu, sol de brigadeiro, céu nupcial, um riso em cada canto de cada boca, enfim, tudo nos conformes, tudo quente, mas onde tem gente, tem problema – já disse -, e a noiva virou distância.

@2.DMC

É a cara da mais completa simpatia, riso constante, mas não aquele riso social para se estar fingidamente de bem com a showciedade. Vive pisando em algodão, diamantes e sépalas nas contas dos dedos, é assim a pessoa em questão – a qual nunca vi e nem ouvi, e assim me dou o direito de duvidar que exista, mas, se existe, como é que resiste ao cerco das sombras cotidianas ?

@3.DMC

Duas vezes ao dia a gente ria, desabrochava, rolando no chão, porque o riso é saúde. Depois, o círculo do riso aumentou para quatro vezes ao dia, e logo se fez de cinco vezes ao dia, embora sem nenhuma conotação com as cinco prostrações diárias dos muçulmanos – com todo respeito. Por fim, o riso extrapolou todas as cercas, sumiu, escafedeu-se, como diz um português aqui da rua. Pedaços deles – dos risos – parece que foram detectados num black hole. Sei lá eu o que é isto, eu sei lá o que seja isso. Quero é o MEU RISO DE VOLTA, cacilda !

pois é…

Darlan M Cunha: foto, texto, arte (com pimenta)

Domingueiro no Dia da Vovó

GUDE // MARBLES: A infância revisitada // The childhood revisited

@1
Deixando de lado as apreensões comuns a todo mundo, as pessoas ficam contentes se todos e todas da família vencem a si mesmos, vencem no duro páreo social, de uma forma e de outra. Em outras palavras, ficam rindo à toa. Há pessoas que entram nos domingos com a mesma leveza com a qual entram numa segunda-feira, como quem vai à feira de rua, como quem vai a uma caminhada esportiva, sendo que estorvo, raiva, inveja e desânimo são vocábulos desconhecidos, atitudes vazias. Mamma mia !

@2
No Mercado Central de BH comprei pimenta malagueta, e várias outras, e já as coloquei no óleo. Em breve, derramarei outro tipo de lágrimas.

@1.1
Leaving aside the apprehensions common to everyone, people are happy if everyone in the family wins over themselves, wins in the hard social field, in one way or another. In other words, they laugh for nothing. There are people who enter on Sundays with the same lightness with which they enter on a Monday, like those who go to the street fair, like those who go for a sports walk, being that hindrance, anger, envy and discouragement are unknown words, empty attitudes. Mamma mia!

@2.1
In the Central Market of Belo Horizonte I bought chili peppers, and several others, and I already put them in oil. Soon I’ll shed another kind of tears.

@3 Não há como e nem porque abandonar o sentido de uma revolta interior que tanto bem nos faz, porque ela nos defende em certos momentos.

@3.1 There is no way and no reason to abandon the sense of an inner revolt that does us so much good, because it defends us at certain times.

@4 Impertinente, a infância ainda corre por aqui com bolinhas de gude, finca, patinete, o V das galinhas (osso fúrcula, osso da sorte), a farra no barro ou numa poça de água…

@4.1 Impertinent, childhood still runs around here with marbles, finca, scooter, the V of chickens, party in the clay or in a puddle of water.

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26 de julho é o dia

: darlan m cunha

Visite PALIAVANA4: https://paliavana4.blogspot.com

FOTO das bolinhas de gude: https://dicionarioegramatica.com.br

milmolhos

Paraíso das pimentas - Mercado Central, BHte, MG, Brasil

Paraíso das pimentas – Mercado Central, BELO HORIZONTE

(HOJE, 22 de Abril de 2018, completo 11 anos no Portal WORDPRESS, que me felicitou e agradeceu.)

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     @1.

     Mal dava para imaginar que em pouco tempo a mesa do mundo mudaria, isso porque pimentas diversas, pimenta do reino, chá, café, cravo da Índia, canela, açafrão, louro e outros temperos e ervas aromáticas e medicinais valeriam mais do que o ouro. Europeus ferviam com tantos sabores e odores, e eis a cana de açúcar que mudaria hábitos alimen-tares no mundo. Na Europa ainda se come açúcar de beterraba. Sempre que vou a uma banca como esta aí acima eu me lembro disso, dos caminhos da História.

     @2.

     Durante décadas o país não produziu quem se destacasse, a não ser no torpor, sempre zanzando por aí feito zumbis, escravos da indolência e da lascívia, da morte em vida, atitude capaz de causar estupor, inveja e ira desmesuradas na vizinhança próxima e nas distantes. “Filhos (ouvi no mercado) são como os bilros das rendeiras, são fios, depois são tecidos que precisam ser bem trançados, ou a obra vai desfiar.”

     @3.

     O escritor busca incógnitas, é um demente com um teclado à frente e a sociedade no pensamento. Vive assim, de olho no imponderável, alquebrado, à espera do imprevisível, de vez em quando salta dele uma lágrima, um sorriso cheio de palavras não percebidas.

     @4.

     Dos amigos e amigas a gente deve querer saber o máximo – pendências, tendências e carências, pois assim vigora uma verdadeira amizade, e vigora também mesmo se não se sabe nada ou quase nada do Outro.

 

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Foto e texto: Darlan M Cunha

Comer

ácidas têmperas

limão capeta e pimentas "biquinho" e "de sete molhos"

                    Um ditado popular diz que peixe morre é pela boca; há também quem diga que a cozinha pode ajudar a conservar um relacionamento, não necessáriamente um casamento oficial, mas um tipo de relacionamento cada vez mais usual, embora antigo na sociedade. Isto porque não parece caber dúvida que os temperos têm lá os seus encantos, e que uma boa cozinha, através do homem ou da mulher, conta muitos e renovados pontos num dia a dia, embora também possa ser um relacionamento de encontros esporádicos. Tenho comigo este proceder, o qual levo a sério, pelo motivo de gostar de cozinhar, independente de estar ou não estar acompanhado, de ter ou não ter uma companheira, foi o que alguém disse numa roda de conversa, aparentemente esquecido de sua insônia maldita e bendita. Como se sabe, a comida é a cara de um povo, não havendo nada que o caracterize mais, depois do próprio idioma, das idiossincarsias que cada povo faz de um idioma comum, por exemplo: Brasil e Portugal escrevem e falam o idioma comum entre eles de forma diferente. Como ia dizendo, nada caracteriza mais um povo do que os alimentos que ele usa, e como os usa, quando são alimentos universalizados, como o arroz, a batata e o milho e o cacau (esses três são centrais e sul americanos), o trigo e o café. Guerras foram levadas a cabo pelo domínio de especiarias como o cravo. Sim, comer é tudo, daí que até se mate por isso. Bancos que guardam, ou pretendem guardar segredos genéticos de todas, ou das principais plantas, dos principais alimentos do mundo. Resta saber quem desfrutará deles; se os países de origem natural destas e de outras iguarias  terão voz ativa entre os mísseis postos à mesa. Lembro-me aqui duma peça teatral falando exatamente sobre isso, sobre disputa de poder, divisão ou não desta e/ou daquela área de influência, peça teatral ou balé ironizando finamente o infindável blá blá blá das altas instâncias, de nome A Mesa Verde ou, em alemão, Der Grüne Tisch (Kurt Jooss, 1901-79). Nada como terminar essa pequena escala rumo aos sabores, sob os auspícios da canção do Dorival Caymmi:  “Quem quiser vatapá, ô, que procure fazer…”

Texto e foto: Darlan M Cunha